sábado, 16 de junho de 2012

PAIS, credores eternos de amor



Um espírito vislumbra próximo um pequeno facho de LUZ! Sons estranhos ao seu ambiente de viver começam a vibrar cada vez mais intensamente. Repentinamente eclodem em meio às mais diversas sensações imagens estranhas, seu primeiro impulso, chorar, chorar e muito alto. Chegado ao início da ponte da vida precisa de ajuda para atravessá-la em segurança.

Algum medo agora se mistura à sua insegurança e intensifica as emoções. Para aliviar as incertezas se aproxima um anjo maravilhoso, ele sente o cheiro, o calor acalma seu coração. Agora aconchegado naquele colo maravilhoso recosta sua face em um seio a amamentá-lo materialmente, enquanto carinhos o alimentam espiritualmente.


Nascido para a carne o espírito respira o ar para uma nova caminhada, amparado por aquele anjo que o recebeu desde os primeiros momentos, inicia o engatinhar, passos trôpegos no começo sempre tem ao seu lado anjos a ampará-lo.

Desde os primeiros momentos alimentados pela seiva do amor materno, agora precisa dela para ajudá-lo a comer, suas mãos ainda não estão firmes, a comida teima em cair por toda parte.

Vários passos já foram dados desde o entrar na ponte da vida, agora conselhos o direcionam, palavras o confortam, gestos continuam amparando, cuidando, velando pelo seu sono.

O tempo. Ah! O tempo! Passando inexoravelmente vai deixando aquele anjo com cabelos brancos, seus passos começam a titubear, suas mãos já não seguram com tanta firmeza o talher que leva o alimento até a boca, a comida teima em cair. Porque um anjo envelhecer afinal?

Agora necessitado esse anjo muitas vezes implora por uma palavra de compreensão pelas suas limitações físicas, suas asas já não o deixam alçar grandes vôos, precisa de alguém ao seu lado, para ampará-lo, para ouvi-lo, para acarinhá-lo, e sente-se abandonado ao vento por aquele que veio à luz através dele.

Nossos anjos divinos, mães e pais, são nossos credores eternos de amor. Responsabilidade assumida e cumprida perante o Pai Celestial, necessitam agora da caridade filial para a conclusão da chegada da ponte da vida.

Quantos pais órfãos de filhos e filhas se recolhem no silencio pelo medo de incomodar aqueles que muitas vezes choraram nos seus colos; se fecham em um mundo particular onde sua companhia diária são suas lembranças felizes de momentos já vividos.

O Mestre Jesus ao partir da carne em suas ultimas palavras recomendou sua mãe aos cuidados de seu melhor amigo, celestial pedido, divino sentimento de um espírito de luz.

A quem rogamos pelos nossos pais? A quem recomendamos cuidar desses anjos com amor? Até que um dia nos reencontremos na pátria celestial.

Responsabilidade filial, compromisso angelical, amor infinito, sentimentos eternos, elos a nos manter ligados como devedores de uma fagulha do amor divino.

Baseado no livro “Rumo Certo” – capítulo 25 – Credores Sempre (Francisco Candido Xavier)


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